quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Ser conhecido pelo nome

"Ele chama as suas ovelhas pelo nome" (Jo 10,3)



Pronunciar o nome demonstra proximidade. Quando alguém revela que conhece o nosso  nome, deixa-nos mais à vontade porque algo de nós já está dentro daquela pessoa. Se comumente são esses os sentimentos que abrigamos em nós quando alguém pronuncia o nosso nome, o que será ser conhecido por Deus? "Senhor, tu me conheces, tu me sondas […] conheces o mais íntimo de mim, não ignoras nenhuma das minhas fibras, de meus dias" (cf. Sl 138).

O conhecimento na Sagrada Escritura não é somente uma questão de abordagem intelectual. É uma realidade muito mais abrangente. Quando alguém conhece uma outra pessoa, na Bíblia, isso significa que penetrou-lhe o mais íntimo do ser, o mais profundo da alma. Não é um conhecimento superficial, aparente, mas conhece a história, os sentimentos, o pensamento, as alegrias, as tristezas, os gostos, os anseios mais íntimos. Enfim, conhece o coração que é o centro da vida de cada pessoa. Assim, o conhecimento de Deus de modo algum é superficial. As pessoas podem nos rejeitar porque nos conhecem sob alguns aspectos, mas Deus não, Ele perscruta o coração do homem. Diante d’Ele não se pode mentir. Aquilo que o homem pronuncia com a boca não basta para conhecê-lo, Deus conhece assim: vai além.

E o conhecimento de Deus é envolvido pelo seu amor. Ao conhecer-nos nos chama pelo nome, diz-nos «és meu» (cf. Is 43,1) e assim já estamos mais seguros para seguir adiante no seu serviço. Conhecendo-nos, como ninguém nos conhece, Deus nos chama para estarmos na sua vinha, para trabalharmos nela.

O chamado não se dá sem uma profunda relação com Deus, ele se explica por essa intimidade única. Ao recebermos o chamado—e todos somos chamados—sabemos que isso só pode acontecer como fruto de um conhecimento prévio de Deus, Ele sabe quem eu sou e, por isso, ao realizar o querer que se manifesta no chamado, realizamo-nos a nós mesmos porque somos aquilo que Deus quis. Portanto, a descoberta do chamado não é algo supérfluo, mas a própria razão de ser. Hoje, fala-se muito em realização pessoal, no entanto uma realização centrada sobre si mesmo, pouco voltada para o Outro absoluto que é Deus. Como realizar-se pessoalmente fora do querer de Deus? Não será por isso que nos deparamos em nossos dias com tantas pessoas frustradas e pouco felizes naquilo que fazem, apesar de terem passado por tantas alternativas? Ou realizamos o querer de Deus para nós ou então corremos o grave risco da frustração.

Senhor, qual é o meu nome? Como me conheces? Dá-me conhecer-me dentro da profundidade do conhecimento que tens de mim. Faze-me participante da tua sabedoria. Vejo-me cercado de tantos mistérios, quantas realidades dentro de mim desconheço. Mas…tu me sondas e conheces toda a minha história, por isso me rendo ao teu conhecimento, ao teu Verbo e fico a espera para que me reveles: o que queres que eu faça?

Revela-me os teus planos, os teus sonhos e projetos, quero aderir a eles com a alegria da criança que encontrou a felicidade ao ver o pai sorrindo.

sábado, fevereiro 01, 2014

Dardos De Fogo Do Maligno


 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Efésios 6:16 


No famoso texto da armadura de Deus, com que devemos nos revestir, assim Paulo se refere à fé: “E levem sempre a fé como escudo, para poderem se proteger de todos os dardos de fogo do Maligno” (Efésios 6:16).

Paulo afirma que o nosso habitat terreno é um campo aberto de batalha espiritual. Pelo fato de termos escolhido o senhorio do Cristo, Satanás e seus anjos nos odeiam. E se dedicam, em tempo integral, à tarefa de nos enganar, testar, irritar, machucar. Quando menos esperamos, lá vem uma flecha em chamas, que o Inimigo lança contra. E isso acontece principalmente quando estamos descansados, otimistas, achando que o Diabo tem mais o que fazer do que detonar a nossa vida de cristãos. Com muita clareza, o apóstolo nos garante a vitória de Cristo, que já aconteceu e a permissão dada pelo Senhor para o Inimigo nos afligir. O escudo que nos protege nisso tudo é a fé. A fé em Cristo, “vencedor de todas as batalhas”.

É essencial frisar, neste texto, que a força que temos disponível não é nossa, fruto do nosso poder humano. Enfrentar Satanás, de peito aberto, com nossa enorme fragilidade humana, é derrota garantida. João pergunta: “Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus” (I João 5:5). Viver pela fé é não viver com medo de Satanás. Porque o poder de Cristo nos livra dos seus “dardos de fogo”.


Autor:  Pr. Olavo Feijó